Resenha: As Bruxas de Mayfair

19:48:00

A Hora Das Bruxas I

A Hora das Bruxas - Livro 1
Anne Rice
Editora Rocco

490 páginas
Ano: 1994






Sinopse: A Talamasca, um grupo com poderes extra sensoriais voltados para o bem, durante séculos pesquisou a vida da família Mayfair, uma dinastia de bruxas que começou no século XVII, na Escócia, transplantou-se para o Haiti e de lá para a fantasmagórica Nova Orleans. É através dos seus volumosos arquivos que vamos descobrir essa saga de seres decadentes e mórbidos, convivendo pacificamente com o incesto, as tempestades e um espírito, meio divindade celta, meio demônio, chamado Lasher. Cabe agora a Rowan, brilhante neurocirurgiã californiana e herdeira do Clã, decidir-se entre o amor de Michael Curry e a sedução de um ser poderoso que quer ficar nesse mundo para sempre. Anne Rice, mais uma vez prova por que é a mestra do gótico contemporâneo, dominando, ao mesmo tempo, as rédeas do drama, da inspirada sexualidade e do fantástico.


Resenha: Ok, vamos por parte. Para se falar sobre as Mayfair é preciso saber quem elas são. A família Mayfair é a mais rica de toda a cidade de Nova Orleans. E fatidicamente a mais estranha também. 

Eu fiquei meio nervoso quando cheguei a conclusão que tinha que resenhar sobre alguma coisa de Anne Rice, eu cheguei a optar pela série Crônicas Vampirescas, não que não irei resenhar sobre, mas a série As Bruxas de Mayfair, além de ser muito pouco conhecida - em comparação com a vampiresca -, também é má compreendida. Vou logo avisando que pode rolar uns spoilers (por mais que eu tente evitar ao máximo), para que depois quem ainda não leu não queira me bater. 

De que Anne Rice é uma brilhante escritora, isso é fato. Não há como contestar. Mas se há uma coisa que eu, particularmente, não aprecio muito, é a escrita em 3ª pessoa, que por ventura vem a ser o ponto forte da autora. Mas esse não é o motivo por ter transformado a leitura cansativa. Quando li a sinopse do livro fiquei logo empolgado com o fato de Rice ter escrito sobre bruxas, adoro a temática. Mas quando comecei a ler o livro, ainda em pdf na época, me decepcionei totalmente. 

Não que a história seja um fracasso total, isso seria impossível quando a autora é Anne Rice. A história da muitas e muitas voltas ate chegar onde quer que seja (#comofas). Tecnicamente a história é bem escrita, mas não é a melhor que já li, o que foi muito decepcionante. Porém o livro tem aquela essência tipicamente envolvente, do tipo que você se pega curioso para saber como termina.

Em relação ao design de capa, acho que ficou um pouco a desejar, não que a Talamasca não quisesse dissecar as bruxas, porém a imagem foi um pouco forte demais. Explicarei o por mais em baixo. 

A narrativa é dividida em duas partes, sendo assim, não se sabe ao exato quem acaba sendo o protagonista da história. Na primeira parte temos a Tamalasca (a mesma citada em A Rainha dos Condenados), a Drª Rowan Mayfair e um coadjuvante chamado Michael Curry, fazendo da leitura bem massante. Pelo menos até a metade do livro. 

Uma coisa que eu achei interessante é que as histórias se conectam de uma maneira bastante peculiar. Michael é um carpinteiro com uma vida plena e que mora em São Francisco, mas que anseia pela simplicidade de sua infância em Nova Orleans. Drª Rowan por sua vez é uma neurocirurgiã bem sucedida que fora adotada por uma prima de Deirdre Mayfair. E por fim a Tamalasca, que faz o seu papel de sempre. Observar a família Mayfair é algo que eles fazem por longos séculos. 

Só quando Michael e Rowan se conhecem que a história começa a ganhar vida. Michael, por algum motivo, tenta se matar, afogando-se na baía de São Francisco; que por sua vez acaba sendo socorrido por Rowan. E é ai que o mistério do livro começa. Quando Michael volta a sí, ele esta um tanto mudado. Segundo ele, sua alma saiu do corpo e encontrou no além alguns seres que lhe deram uma missão. 

Todos sabem que a Tamalasca é um grupo de pessoas com poderes extra-sensoriais, coisa que acaba acontecendo com Michael. Ele podia ver o futuro ou o passado da pessoa usando somente suas mãos. Era só tocar a pessoa e pronto. Vinha a visão. 

Achei que a autora quis explorar tanto a história em si, que acabou esquecendo um pouco dos personagens. Uma coisa que eu prezo muito em um livro é a descrição o mais rápido possível dos personagens que irão compor a narrativa. Coisa que não aconteceu. O livro tem cerca de 500 páginas, arredondando, e isso só acontece quase na metade dele. 

Um dos pontos já foi esclarecido. Porém eu me assustei quando descobri que Michael e Rowan não são os protagonistas, e nem tendo a história de amor deles como narrativa foco. A série simplesmente tem todos os personagens envolvidos como principais, mas ao mesmo tempo coadjuvantes. O que torna o livro cada vez mais complexo. Uma hora estamos lendo sobre Mike e Rowan, e inacreditavelmente na outra, estamos lendo sobre a trágica morte da mãe de Rowan em Nova Orleans, ou então falando sobre a família e também sobre Lasher. 

Só quando esse personagem, um tanto peculiar, entra na história (quase na metade do livro), que a narrativa fica realmente boa. Lasher é um dos principais personagens do livro. Ele é todo o segredo e o mistério por detrás da família. Sendo que Lasher não é exatamente um homem, nem um espírito ou tão pouco um Poltergeist. É difícil dizer o que exatamente ele é, pelo menos durante a narrativa do livro 1. Pensaremos nele como um espírito antigo que segue a família desde os primórdios. Desde a caça as bruxas. Aliás, é exatamente assim que a segunda parte do livro começa: entramos no mundo da Talamasca e lemos seus arquivos sobre essa família. 

Lasher vem seguindo a família desde que Suzana o invocou há muitos. Ela, por sua vez, é a bruxa mais poderosa. Pelo menos da geração atual. Ganhando até mesmo de Deirdre, mãe de Rowan, dona de todo o legado Mayfair. Então é ai que que Rice começa a encaixar credos uns nos outros: bruxaria, satanismo, catolicismo e até mesmo paganismo (bem cara dela). Então quando tudo tende a dar errado, Lasher vai a procura da nova bruxa que  deve ser a dona, guardiã, do legado Mayfair, a bruxa mais poderosa de todas: Rowan. 

Como eu havia dito antes, a história realmente é muito massante ate a metade do livro, ou mais. Mas quando se começa a conhecer a família Mayfair com mais afinco, não há como você não se apaixonar pela leitura de Anne. 

PS: Em 2009 a Editora Rocco lançou uma nova edição dos quatro livros da série, todos com novas artes de capa. Particularmente eu aprovei bem mais do que a original. 


Pretendo estar postando a resenha de As Bruxas de Mayfair: A Hora das Bruxas - Livro 2 o mais breve possível. E assim sucessivamente até terminar a série.


~ Vitor Iury Neves

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