Resenha: Jogos Vorazes

18:48:00

"Katniss Everdeen, the Girl on Fire."


Jogos VorazesTítulo: Jogos Vorazes
Subtítulo: Jogos Vorazes - Livro 1
Edição: 2
ISBN: 9788579800245
Editora: Rocco - Jovens Leitores
Ano: 2011
Páginas: 397





Sinopse: Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?

CUIDADO: Os textos a seguir podem conter alguns spoilers.

Resenha: Eu sempre fui muito fã de livros com essa temática, que algumas pessoas, rudemente, chamam de apocaliptística, mas que na realidade tem como termo correto: Distopia
Para quem não sabe o que significa distopia, basta apenas imaginar uma Utopia inversa, então tens uma distopia em mãos. Eu fui muito ingênuo em achar que Jogos Vorazes tinha sido a primeira distopia que eu li, sendo que na realidade eu já havia tido uma leitura similar anos atrás com o George Orwell em 1984. Livro muito bom, diga-se de passagem.

Quando eu descobri Jogos Vorazes, os livros já estavam explodindo no mercado literário e Suzanne Collins estava em todos os tabloides. Eu sinto um pouco de medo em ler quaisquer que sejam os livros que estejam no topo hoje em dia no mercado, justamente por me decepcionar com o livro e descobrir que ele, na minha opinião, não é isso tudo. Mas felizmente isso não aconteceu com Jogos Vorazes, e, ao contrário da decepção, eu tive muitas surpresas e perspectivas diferentes do que pode ser correto e do que pode ser errado. 

Vamos começar bem pelo início mesmo, como eu gosto de fazer, com a capa e a ideia central da coisa, que não me agradaram muito de início, devo confessar, pois a capa do livro é bastante crua em detalhes, tirando o grande pássaro dourado nela. Mas eu estava enganado em achar que aquele símbolo seria simplório demais. Alguns dizem que os olhos são os portões da alma, no caso dos livros, seus portões de entrada são sempre as capas. O Tordo com a flecha presa ao bico não se tornaram somente bonitos, mas avassaladores.

O fato de eu gostar de distopias são justamente os alvos focos delas. Comumente os autores se focam em alguma coisa que esta errada, e, dentro disso, eles constroem uma crítica social bastante forte, e foi isso que Suzanne fez. Eu gostei da premissa dela, e mesmo ela tendo criado seus próprios personagens, seus próprios cenários, seu próprio mundo em seus próprios termos, ela não deixou de fazer grandes críticas ao estado atual da sociedade. Um governo quebrado e altamente totalitário.

Em alguns estudos mais aprofundados sobre o assunto, fica claro que a autora teve, não somente uma, mas incontáveis fontes de inspiração, e a principal delas foi o pontapé inicial da estória, tornando essa distopia em um grande campo de guerra, literalmente falando. 
As batalhas que ocorrem dentro dos Jogos Vorazes se assemelham bastante as inúmeras guerrilhas da idade bárbara romana, com seus gladiadores e públicos eloquentes por mais e mais sangue. E se você já achava isso tudo público demais, agora televisione tudo e transmita em alto e bom tom para todo o mundo. Pois os Jogos Vorazes não passa disso: um jogo de poder para ver quem é o mais forte, aristocraticamente falando, em uma brutal e visceral batalha até a morte, televisionado. Não passando de apenas mais um Reality-show. 

Para algumas pessoas estudiosas, foi fácil assimilar a ideia foco do livro com o clássico conto mitologicamente grego de Minos, ou Teseu e o Minotauro, o rei semi-lendário. Minos seria fruto de um romance proibido entre os deuses, então repudiado pelo mesmo. Depois de muitas guerras, houve essa criatura de termo pejorativo, que desafiava os demais habitantes de Atenas. Então ela fora trancafiada em uma espécie de labirinto, e de tanto em tanto tempo, sete tributos homens e sete tributos mulheres, todos atenienses, eram levados até o labirinto para serem devorados pela besta.

Um dos pontos mais positivos do livro, foi a narrativa que Collins utilizou habilmente: toda ela em primeira pessoa. O que foi bastante bom, pois assim, mesmo tendo com ela dentro da arena mais de 20 outros tributos, uma legião de espectadores do lado de fora, a atenção sempre vai ser unica e exclusivamente de Katniss.

Algumas pessoas acham o fato a seguir bastante perturbador e as vezes um pouco chato demais, sendo que o fato é: o livro sendo narrado em primeira pessoa pela Katniss, faz com nós não saibamos o que esta acontecendo ao seu redor. Quem a esta estudando, não somente os demais tributos, mas a Capital em si, se ela esta conseguindo bons patrocinadores para lhe auxiliarem dentro da arena e coisas do tipo. E isso é uma coisa que instiga muito o leitor, o que faz com que nos apeguemos muito a personagem. E o mais angustiante de tudo: Não ficamos sabendo como o jogo esta se desenrolando; Quem morreu; Se tem alguém seguindo-a e armando contra ela e outras coisas mais. Isso é aterrorizador, instigante e selvagemente atrativo, para todos aqueles que acompanham, vibram e sofrem junto com Katniss Everdeen. 

Outro ponto muito forte do livro, é a protagonista em si. Ao contrário de muita mocinhas indefesas, Katniss não é nenhuma princesa de conto de fadas que espera pelo seu príncipe encantado. Ela precisou crescer rapidamente e amadurecer em todos os sentidos antes do tempo, o que a torna completamente diferente de todos os personagens, homens e mulheres, do mundo YA que temos hoje em dia. 
Ela perdeu o pai prematuramente em uma grande e trágica explosão que aconteceu na mina onde ele trabalha, fazendo com que ela assumisse o papel de mãe, pai e irmã mais velha, uma vez que não poderia deixar sua irmã caçula, Prim, morrer de fome ou frio, uma vez que sua mãe entrou em um profundo estado de depressão e comprometimento psicológico. E não sei se cheguei a mencionar, mas foi para salvar a vida de Prim que ela se ofereceu como tributo dos Jogos Vorazes. E é justamente ai que nós, leitores assíduos, começamos a nos apaixonar por Katniss.

A personagem possui a personalidade mais moralista e admirável que eu conheci até hoje, seja pelo amor que sente por seus entes queridos ou pela guerra, uma vez que faz da meta de sua vida, a sobrevivência de sua família.

Espero que vocês possam apreciar esta incrível estória de sobrevivência e crítica social tanto quanto eu apreciei. 

"And the luck always Your favor."



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