Resenha: Calafrio - Maggie Stiefvater

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Resenha: O frio. Grace passou anos observando os lobos no bosque próximo à sua casa. Um deles, um belo lobo de olhos amarelos, a observa também. Ele parece familiar, mas ela não sabe por quê.
O calor. Sam vive duas vidas. Como lobo, ele é um companheiro silencioso da garota que ama. E, por um curto período a cada ano, ele é humano, embora nunca tenha coragem suficiente para falar com Grace… até agora.
O calafrio. Para Grace e Sam, o amor sempre foi mantido a distância. Mas, uma vez revelado, não pode ser negado. Sam precisa lutar para continuar humano, e Grace precisa lutar para ficar ao seu lado — mesmo que isso signifique enfrentar os traumas do passado, a fragilidade do presente e as impossibilidades do futuro. 

Trilogia Os Lobos de Mercy Falls
  1. Calafrio (2010)
  2. Espera (2011)
  3. Sempre (2012)
  4. Perdido - Spin-off (2015)

ATENÇÃO: o texto a seguir pode conter spoilers.


   Grace vive cada dia de sua vida com mais expectativa do que o anterior. Quando era pequena, Grace foi vítima de um ataque animal na floresta que margeia sua casa. Ao contrário do que se esperava, Grace não teme a floresta ou os animais que vivem nela. Ela sente uma espécie de atração irracional, como uma empatia muito forte por tudo o que se diz respeito, principalmente com os lobos, estes mesmos lobos que lhe arrastaram e quase lhe devoraram quando era pequena. Em sua totalidade, Grace se tornou uma personagem muito intrigante e enigmática.

   Estranhamente, todos os anos durante o inverno, um lobo de olhos amarelos aparece para observar Grace, e o engraçado é que ela anseia para que o inverno chegue logo. Estranhamente, Grace se sente conectada com esse misterioso lobo de olhos amarelos, pois quando era pequena ele o salvara de um ataque selvagem na floresta. 

   Sam, um rapaz enigmático que vive negando a sua verdadeira natureza, como se assim pudesse fingir que ela não existe de fato, pois o sonho de Sam é ter uma vida normal. De uma forma triste de se ver, o rapaz luta com todas as suas forças para fugir do seu destino, mas mal sabe ele, que esse mesmo destino o levou para dentro da floresta escura em uma noite gélida de inverno para que salvasse uma garota de ser devorada viva pelos lobos famintos e enraivecidos. Desde aquele dia, sempre quando o inverno chega, o rapaz atravessa a floresta rapidamente até que possa observar a garota em sua casa, sempre distante e cauteloso, mas sempre permeando na penumbra da floresta com seus olhos amarelos, esperando algum sinal, algo em que se posa agarrar, como uma espécie de âncora para aquele mundo que sempre desejou fazer parte.

   Esta é a estória base de Calafrio. Certo, mas não se enganem com essa premissa "novelenta" de lobos que viram homens e mocinhas delicadas e sem atrativos. Neste livro nós não somos apresentados a um romance meloso, muito menos é aplicado naquela famosa fórmula do triângulo amoroso de dar nos nervos.

   Eu protelei bastante a leitura dos livros da Maggie pois achei que eles andavam muito na modinha, e estava com medo de não gostar dos livros enquanto era bombardeado de resenhas e críticas positivas. Mas lhes digo que eu também gostei bastante. Claro que o livro não agradou a todos, e muitas pessoas o criticavam como sendo uma cópia mal feita de Crepúsculo. Mas muito ao contrário dessa suposta verdade, Maggie trouxe muita originalidade e bom gosto a série. Vou lhes explicar os motivos.

   O grande plot twist do livro se dá ainda no início da estória, pois ela poderia facilmente ter seguido um padrão de sobrenaturalismo romantizado, desse tipo bem comum mesmo. O filho de uma família muito influente da região é morto na floresta por lobos, e instantaneamente Grace vira novamente o centro das atenções, por motivos óbvios. O pai do rapaz morto começa a incitar os homens da cidade para que adentrem na floresta e matem os lobos junto com ele, em uma caça eloquente. Dai em diante tudo começa a ganhar uma forma incrível, tanto de desfecho quanto de narrativa.

   Grace encontra um jovem rapaz na porta de sua casa, cansado, em desespero, baleado e nu. Mas ainda que todas as circunstancias parecessem estranhas, foram os olhos amarelos do rapaz que a cativaram. Grace sempre foi uma pessoa muito independente, tendo que cuidar da casa, do pai e da mãe, não que houvesse algo de errado com eles, mas simplesmente pelo fato de serem  pessoas muito negligentes.

   A narrativa do livro alterna entre Grace e Sam todo o tempo, então não me senti cansado ao ler ou desanimado com algum deles, muito pelo contrário. Algumas vezes nós até presenciamos a mesma cena por dois pontos de vista diferentes, o que para mim foi inovador e perspicaz, e de uma forma simples e sem rodeios, Maggie nos introduz a mundo incrível, mas ao mesmo tempo obscuro e cruel dos lobisomens. Também achei super gostoso essa libertada da autora de brincar com o nosso imaginário, pois percebe-se que ela fica completamente a vontade imersa nesse mundo.

Então no geral achei uma estória muito boa, com uma narração incrível, personagens mais do que satisfatórios e um cliffhanger sensacional no climax do livro. Vale muito a pena mesmo. Ansioso pelo livro dois.


NOTA: 4.0

Att,
Vitor Iury Neves

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